Artigo

Teria sido bem pior

Por Evoti Leal - Barbeiro e escritor

Ontem, quando eu voltava de uma reunião de estudos espirituais, o meu carro parou em uma ladeira de 200 metros de comprimento, mais ou menos. Encostei-o ao meio fio e pensei, ainda bem que este problema ocorreu hoje e aqui nesta rua, pois há dois dias eu estava numa estrada serpenteada, de chão batido, na colônia, e chovia fraco, mas sem parar, naquele lugar onde nem o sinal da internet pegava direito. Se tivesse sido lá, teria sido bem pior!
Sem muita demora, porque eu havia levantado o capô do motor pra dar uma espiada, um rapaz parou e me falou que a três quadras daquele local havia uma oficina. Ofereceu-me carona e fui até lá com ele. Era uma auto elétrica. Ainda bem que estava tão perto dessa oficina e que alguém que nem conheço me deu essa carona, pois o sol estava de fritar ovos no asfalto.
O eletricista veio comigo até o carro e meu deu uma notícia meio desagradável: era um problema no dínamo. Nem sabia o que era isso, mas fiquei feliz de não ter acontecido esse problema dois dias atrás, naquela estradinha barrenta, no meio do nada e sem sinal de internet para ao menos pedir socorro.
Essa história me foi contada por um amigo, há umas duas semanas.
Ao abrir uma mensagem para ler, vi uma história um tanto parecida com esta, de um cidadão que falava de problemas mecânicos que enfrentara com seu jeep, daqueles de antigamente, fabricados para fins militares e que se tornara popular e muito utilizado em zonas rurais. Ele também falava de quanto teria sido pior se fosse de outra tal maneira, deixando aos filhos, segundo o autor do texto, grandes lições de como se encarar a vida e seus reveses com olhar positivo, em vez de dar asas à negatividade.
Foi então que lembrei de um fato que ocorreu comigo mesmo e com minha esposa, há três anos, quando, morando em Curitiba. Viemos passar uns dias em solo gaúcho, fazendo um tour pela serra, visitando Bento Gonçalves e Antônio Prado, com a filha Ana Paula e os amigos queridos, Maurício e sua mãe, Rosa, de Pelotas. Estivemos em Pelotas, também, naquela ocasião. Ana e Maurício vieram de Brasília, de avião. Nós viemos de carro e paramos na Pousada Laguna, em Laguna, Santa Catarina.
Conhecemos os donos da pousada, Dora e Vitor Hugo. De cara, ficamos amigos. Foi um bater de olhos, de primeira, para que uma grande simpatia nos unisse, como se antes disso já nos conhecêssemos. Tanto que decidimos e prometemos que na volta pararíamos na mesma pousada novamente.
Mas, olha só: no nosso regresso, bem no topo da ponte Hercílio Luz, o carro pifou! Desci em ponto morto até o sopé da ponte e não teve jeito. Depois do socorro da pedageira, que não resolveu o problema, quem veio me socorrer foi o amigo Vitor Hugo, que trouxe junto à amiga Dora, em atenção à minha esposa. Ele chamou um veículo socorro e o nosso carro foi transportado pra uma oficina em Laguna.
Não lembro o nome da peça que quebrou, mas sei que me custou uma grana. O fato ocorreu no sábado à noite e tivemos que ficar em Laguna até quarta-feira, pois a oficina mandou buscar a peça em Floripa e só concluiu o conserto na terça à tarde. Estreitamos nossa amizade e, quando fui pagar a última estadia, eles me presentearam com a não cobrança da mesma, pois faria aniversário no dia seguinte.
Aí eu penso até hoje: e se tivesse acontecido bem antes ou bem depois daquele local? Ali já era em Laguna. Com certeza teria sido bem pior! O Universo, geralmente, dá uma baita força pra gente!

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